Viajávamos de Belo Horizonte para Teófilo Otoni. Carro lotado: nossos filhos, mamãe, nossa empregada, minha esposa Aninha e eu. Uma verdadeira "mobília" de malas, sacolas, presentes e inúmeras outras "bugigangas".
A mais de trezentos quilômetros de Belo Horizonte, já bem próximo de Governador Valadares, acontece o imprevisto. O carro começa a pegar fogo. Instalá-se o pânico. Todos querem sair ao mesmo tempo, e incrível, ninguém conseguia sair.
Hoje entendo melhor o porquê de tantas tragédias, que poderiam ser evitadas não fosse o pânico. Todos com medo gritam e rogam a proteção de seus amigos espirituais. Minha filha Scheillinha, bem pequenininha, é a que mais grita apavorada: " Oh! Irmã Scheilla! Salva-me pois tenho seu nome." Repete várias vezes a súplica.
Aninha, muito esperta, consegue sair do carro e, com um litro de água nas mãos, apaga o fogo em questão de segundos. Todos perceberam que fomos muito ajudados, pois grande poderia ser a tragédia.
O carro avariado não andava mais. Tínhamos que pedir ajuda, uma vez que escurecia e as crianças, na época, eram bem pequenas. Atravessei a estrada e fiz uma oração fervorosa a nossa querida mentora Irmã Scheilla, pois sem querer, ainda soava em meus ouvidos a súplica de Scheillinha.
Imediatamente após a rogativa, o primeiro carro aparece, um opala vermelho que, ao me ver pedindo socorro pára no acostamento. O motorista muito solícito, dispõe a nos ajudar no que fosse possível. Neste instante, porém, acontece o grande detalhe. O motorista diz que minha fisionomia não lhe era estranha. Eu também confesso que já o teria visto em algum lugar. Feitas algumas sondagens para saber de onde nos conhecíamos, ele se recorda que era do Grupo De Fraternidade Irmã Scheilla , uma das mais tradicionais casas espíritas de Belo Horizonte.
Muito emocionado, conto sobre o incêndio, a súplica de Scheillinha e de nossa sentida oração rogando ao espírito iluminado de Scheilla que nos ajudasse. E a ajuda estava alí, concreta, palpável, quase um sonho.
O Bom Samaritano da estrada socorre-nos levando-nos ao mecânico, ao restaurante, enfim, providenciando tudo para que pudéssemos prosseguir nossa viagem. Incrível, depois que ele se foi, lembrei-me de que havia esquecido até de perguntar o seu nome.
Creio que enquanto vivermos, jamais nos esqueceremos dessa fraterna chantagem da Scheillinha e da grande ajuda que tivemos.
Muitos perguntarão: terá a oração tamanho poder. Lauro Trevisan no seu livro: " O Poder Infinito Da Oração" diz:
" Toda oração acreditada é atendida. A única premissa necessária para que a sua oração seja atendida é a fé. Isto foi ensinado pelo própio Jesus. Não importa se você é santo ou pecador, sábio ou ignorante, católico ou espírita, se a sua oraão foi feita com fé, você será atendido. Toda oração acreditada é infalível..."
Jesus insistiu nessa verdade diversas vezes. " Seja o que for que desejares, quando orardes, crede que tendes alcançado e alcansareís." Essa realmente é a chave do segredo...
Extraido do Livro Acalanto de autoria de Sergito S. Cavalcanti. Editora Itapuã.
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